Relatora da ONU: impunidade pode ofuscar exemplo brasileiro
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Em documento ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, relatora recomenda medidas urgentes para quebrar o ciclo de impunidade que beneficia fazendeiros, empresas e "gatos" envolvidos no crime de escravidão
A relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para as Formas Contemporâneas de Escravidão. Gulnara Shahinian, apresentou conclusões e recomendações ao Conselho de Direitos Humanos do organismo internacional referentes à missão realizada no Brasil de 17 a 28 de maio deste ano, nesta terça-feira (14), em Genebra, na Suíça.
Combate à escravidão exige ação contra pobreza, recomenda Gulnara (Foto: Roosewelt Pinheiro/ABr)
No documento, a relatora confirma a avaliação de que o Brasil merece elogios por reconhecer a existência do problema e por colocar em prática políticas e iniciativas concretas de combate ao trabalho escravo contemporâneo. Atenta, porém, para o fato de que "ações exemplares correm o risco de serem ofuscadas se ações urgentes não forem tomadas para quebrar o ciclo de impunidade de que gozam proprietários de terra, empresas nacionais e internacionais, e intermediários (como os contratadores de mão-de-obra, conhecidos como "gatos") que se beneficiam do trabalho escravo". Leia mais