Marginalizados economicamente, extrativistas da Amazônia querem condições para manejar legalmente a floresta
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Organizações de extrativistas da região se reúnem em Parintins (AM) dias 15 e 16 de abril em busca de políticas públicas que permitam a elas o uso sustentável dos recursos naturais.
Apesar de habitarem a maior floresta tropical contínua do planeta, as comunidades extrativistas da Amazônia brasileira não conseguem sobreviver do comércio legal de produtos florestais como madeira, óleos, frutos e fibras. O governo fecha os olhos para essas comunidades, deixando milhares de famílias na pobreza, na ilegalidade e sem condições necessárias para continuarem manejando de modo sustentável as matas que elas ajudam a conservar. Ficam à mercê das bolsas assistencialistas, mas longe das políticas públicas que poderiam fazer do uso sustentável da floresta uma estratégia de conservação na Amazônia e em outros biomas.
Sem condições de produzir para atender ao crescente mercado – que tanto anseia pelos ‘produtos da floresta’ – e marginalizadas do processo de inserção econômica global –, as comunidades extrativistas são empurradas para a ilegalidade. Na falta de segurança jurídica e legal, os investidores não querem negócio com as comunidades.
Decididos a mudar essa situação, representantes de comunidades extrativistas do Acre, Amapá, Amazonas e Pará se reúnem nos dias 15 e 16 de abril em Parintins (AM) durante o Grande Encontro em Defesa da Floresta, dos Povos e da Produção Sustentável. O objetivo é chamar a atenção das autoridades e se tornarem visíveis para o restante do país.